RESENHA: TUPI, APESAR DAS DIFICULDADES, PROBLEMAS E MAIS PROBLEMAS, UMA DESPEDIDA COM GOLEADA MAS COM DIGNIDADE DO CAMPEONATO MINEIRO
Iniciais
Nem o mais otimista torcedor de Juiz de Fora esperava que a equipe do Tupi chegasse às semifinais do campeonato mineiro. Quando vislumbrou a possibilidade de dar um passo a frente, a cidade empolgou e demonstrou a sua força demonstrando e confirmando a terceira maior torcida de Minas. Quando o Tupi iniciou a disputa do módulo 1 com praticamente a base que disputou o módulo 2 e ainda ficou em segundo lugar, confesso que não acreditava nem na classificação para a série C e que talvez estaria lutando para não cair novamente para a famigerada segunda divisão. Com alguns reforços, com o próprio Sidney que veio suprir a ausência do Agamenon, com um entrosamento adquirido na pré temporada com amistosos contra equipes do futebol carioca e equipes amadoras das adjacências de Juiz de Fora, a equipe, apesar de uma mal estréia contra o Ituiutaba, veio crescendo de produção principalmente após o passeio de futebol encima do Atlético Mineiro(segunda maior torcida de Minas) quando a equipe carijó de Juiz de Fora aplicou 2x0 e poderia ter vencido de 4 ou 5 que não seria nenhuma surpresa devido à superioridade naquela partida. Em que pese as penalidades perdidas contra o Ituiutaba, Atlético, Guarani e Democrata, a equipe chegou às semifinais por seus próprios méritos somando pontos importantes como a vitória sobre o Democrata-SL lá em seus domínios, conquistando dentro do gramado os resultados, derrotando inclusive a emergente equipe do Ipatinga por 3x2 praticamente eliminando a equpe do Vale do Aço qualquer chance de avançar na competição.
Há necessidade de um “upgrade” na equipe para os jogos próximos da série C. A zaga que já não era muito boa, necessita melhorar, em meu modo de entender a dupla de área que disputou o módulo 2 era bem melhor e ainda havia mais dois no banco à altura dos dois titulares. Há necessidade também de um bom cabeça de área que dê cobertura às subidas dos dois laterais, que são bons quando sobem, o Tupi não pode privar das subidas dos dois. Precisa também ter um matador, a equipe, apesar de criar os ataques perde muitos gols, haja vista a quantidade gols perdidos hoje contra o Cruzeiro.
O time
O goleiro Marcelo Cruz é muito bom, substituiu o excelente Eládio e deu conta do recado, o lateral Zé Carlos precisa melhorar o fundamento dos cruzamentos para a área, o resto ele é bom, a zaga é fraca, precisa de dois zagueiros bons, o lateral esquerdo Jean é excelente, jogou grande parte dos jogos com o pé anestesiado, incrível, mas deu conta do recado. O time precisa de um cabeça de área, as subidas do Jean e do Zé Carlos não são cobertas como deve e a zaga, que já é fraca, fica completamente perdida, o Tupi levou muitos gols por bobeadas constantes nesses fundamentos. Do meio para frente acho que a equipe é boa, o Sidney é excelente, acho que ele tem lugar em qualquer equipe de ponta do futebol brasileiro. Na frente a equipe precisa de um atacante matador, aquele que quando a bola chega na área não perde tantos gols como vem perdendo o ataque do Tupi.
Dificuldades dos clubes do interior
As equipe do interior de Minas Gerais passam por seríssimas dificuldades em diversos sentidos e quando uma chega à façanha de uma semifinal ou até de uma final como foi o caso do Ipatinga em duas vezes e uma vez com Vila Nova nos últimos anos é de se comemorar e reforçar a esperança de se continuar melhorando. As equipes quando se formam para a disputa já não entram com a credibilidade como as equipes da capital, baixa infraestrutura, recursos escassos e jogadores às vezes despreparados. As equipes começam a competicão e quando estão engrenando, um jogador que contunde é suficiente para tirá-la do equilíbrio porque a substituição nem sempre é na mesma qualidade, até a equipe engrenar novamente passa, às vezes, a oportunidade de ascensão na competição.
O Tupi ainda chegou para a segunda partida das semifinais com um problema extracampo de dimensões super prejudiciais à concentração. Para enfrentar o Cruzeiro em seus domínios, apesar do Cruzeiro não reeditar as partidas que estamos acostumados a assistir, é uma equipe de grande tradição e títulos super reconhecidos internacionalmente em seu currículo como o Bi Compeonato Brasileiro de 1966 e 2003, Tetra campeão da copa do Brasil, Bi campeão da Copa Libertadores da América e Bi campeão da Super Copa, sem contar os campeonatos mineiros. Encarar uma equipe dessas no mineirão precisa muito mais que um bom futebol no gramado, precisa muita concentração e a disposição para buscar o resultado o tempo todo, não refrescando em hora nenhuma, entrar com uma zaga improvisada, inexperiente e sem entrosamento para parar Araújo, Guilherme, Giovane e cia é decretar a derrota.
Não quero entrar no mérito das discussões em torno das premiações, só entendo que há horas e locais mais apropriados para discutir as verbas trabalhistas, a própria Justiça do Trabalho é o forum adequado para esse tipo de discussão, se houve as promessas de premiação, acredito que se a diretoria tiver prometido elas seriam cumpridas e é o que se espera, caso contrário os prejudicados poderiam ingressar em juízo solicitando a reparação dos direitos que se sentir lesados, não desfalcar a equipe e desconcentrar o time na hora de uma decisão dessas quando a cidade esperava um feito melhor. Os jogadores que organizaram o chamado "motim" em torno das reinvidicações dificilmente voltarão a defender o Tupi, mas em algum jogo que os mesmos estiverem atuando no estádio municipal, dificilmente fugirão daquele famoso grito de "mercenários" que acostumamos a ouvir em estádios por este país quando episódios dessa natureza acontece.
As dificuldades em torno das equipes ditas pequenas são muito grandes, quem acompanha o dia dia dessas agremiações sabem como é. As equipes ditas grandes, possuem também elenco grande e de grande qualidade, infraestrura indiscutível, recursos muito maiores ao ponto do salário de um jogador pagar toda a folha de salários de uma equipe do interior. Então entendemos que o projeto Tupi 2006, com todas as dificuldades, chegou, classificou para a série C e merece a credibilidade e os parabéns de sua torcida e esperamos que o mesmo continue, seja na administração que lá está ou em outra que assumir.
Torcida fez um verdadeiro Show em todas as partidas no estádio radialista Mário Helênio
A torcida carijó, sem nenhum incidente mais grave, lotou o estádio Mário Helênio em quase todas as partidas, mostrando que quando a cidade possui uma equipe competitiva ela é abraçada e apoiada pelos seus torcedores. Podemos observar a força da torcida carijó se apenas compararmos o público presente no jogo Tupi e Cruzeiro em 14 de abril último quando o estádio radialista Mário Helênio de Juiz de Fora recebendo mais de 21 mil pessoas, com o jogo de hoje no mineirão quando o gigante da pampulha recebeu apenas 14.445 pagantes.
A rádios de Juiz de Fora precisam abraçar a equipe da cidade
Quando vim para Juiz de Fora há 20 anos observava a presença honrosa de três rádios cobrindo o futebol do Tupi e do Sport em qualquer lugar que estas equipes jogavam. Hoje, como honrosa exceção, apenas a Rádio Panorama acompanha e incentiva o futebol da cidade. Há que se ressaltar que Juiz de Fora possui 7 Rádios FM e 4 Rádios AM, e somente uma rádio está empenhada em elevar o futebol da cidade ao patamar que ela merece. Exemplos devem, em meu modo de entender, ser seguido pelas rádios de Juiz de Fora às rádios da região do Vale do Aço, a região possui duas equipes disputando o futebol profissional, o Ipatinga e o Social de Cel Fabriciano, observa-se constantemente onde quer que essas equipes atuem, a presença de três rádios transmitindo os seus jogos. Coincidência ou não verificamos o sucesso do Ipatinga no cenário esportivo nacional, sendo campeão mineiro em 2004 derrotando o Cruzeiro em pleno mineirão, vice campeão em 2005 e por pouco o Tigre do Vale do Aço não ganhou a Copa do Brasil em 2005. Parece existir um pacto entre todos no Vale do Aço em torno da elevação do futebol do Ipatinga e do Social à categoria dos grandes do futebol mineiro.
Há necessidade, em meu modesto modo de entender, que as rádios de Juiz de Fora dediquem maior tempo às coberturas do futebol do Tupi, as que ainda transmitem futebol, com exceção da Rádio Panorama, dão importância ao futebol carioca já tão divulgado pela grande imprensa nacional. A cidade precisa de um pacto entre a torcida, as rádios e os empresários para que o Tupi continue a tragetória de sucesso iniciada em 2006.
É necessário que os empresários que patrocinam o Tupi também patrocine as rádios locais para que elas se animem nas coberturas dos jogos da equipe, divulgando o clube a torcida comparece em maior número e consequentemente haverá a divulgação da sua marca nos estádios. Pode-se levar em consideração que a partir do momento em que a equipe se destaque mais a grande imprensa também estará cobrindo os seus jogos, expondo ainda mais as marcas estampadas em sua camisa, assim todos ganham, ganha a torcida que será premiada por espetáculos cada vez melhores, ganha as rádios que terão maior audiência, ganha os patrocinadores que terão maiores exposições de suas marcas e principalmente a cidade que ganha com todo o movimento que uma grande partida proporciona, o comércio vende mais, os hotéis hospedam mais e assim sucessivamente.
A partida de hoje
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O Cruzeiro confirmou o favoritismo, fez prevalecer o mando de campo a favor e garantiu vaga na decisão do Campeonato Mineiro 2007. O time celeste assegurou presença na final ao golear o Tupi por 4 a 0, neste domingo, no Mineirão. Os gols foram de Thiago Heleno, Araújo, Guilherme e Gabriel (cobrando pênalti). A Raposa buscará o bi diante do Atlético, em confronto que promete grandes emoções.
Dono da melhor campanha na fase de classificação, o Cruzeiro jogará por dois empates para conquistar o bicampeonato estadual. Ou vitória e derrota com o mesmo saldo de gols. O primeiro clássico decisivo será no próximo domingo (29). Raposa e Galo não disputavam a final do Mineiro desde 2004, quando os azuis levaram a melhor e ergueram a taça. Nos dois últimos anos, os cruzeirenses tiveram o Ipatinga como adversário, perdendo em 2005 e ganhando o título em 2006.
O jogo
O técnico Paulo Autuori surpreendeu a todos, ao escalar mais um zagueiro, Thiago Heleno, alterando o esquema tático para o 3-5-2. O objetivo era aproveitar a característica dos laterais Gabriel e Jonathan, que gostam de avançar ao ataque. Mas o Cruzeiro mostrou, no começo, que não facilitaria as coisas para os celestes. Com muita vontade e determinação, os visitantes partiram para cima da defesa azul.
Com muita movimentação, o Tupi incomodou o Cruzeiro nos instantes iniciais. O que os visitantes não esperavam era levar o gol logo cedo. E isso ocorreu aos 8 min. Geovanni cobrou escanteio da esquerda e Thiago Heleno se antecipou à marcação, aproveitando vacilo da defesa, para balançar as redes em cabeçada precisa. Mesmo atordoado, o time da Zona da Mata não se intimidou: Sidnei bateu falta e obrigou Fábio a trabalhar.
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O segundo gol alterou totalmente o panorama da partida. O Tupi praticamente se entregou, permitindo ao Cruzeiro tomar conta das ações. As jogadas foram saindo com facilidade. Geovanni e Araújo desperdiçaram ótimas oportunidades para aumentar a vantagem. Mas o terceiro veio aos 41 min. Jonathan cruzou da esquerda e Guilherme desviou de cabeça para as redes. O lance definiu a partida, pois os visitantes estavam sem forças para reagir.
No segundo tempo, o Tupi procurou se recuperar do golpe e incomodou os cruzeirenses. Fábio voltou a trabalhar, em cabeçada de Leandro Guerreiro. Depois, Allan avançou sozinho, mas se atrapalhou e perdeu tempo, chutando fraco para defesa do goleiro. Mas a Raposa, com enorme vantagem no placar, demonstrava tranqüilidade e cadenciava a partida.
Paulo Autuori mexeu, sacando Thiago Heleno para a entrada de Paulinho, retornando ao 4-4-2. Pouco depois, Jonathan deixou o campo, substituído por Fábio Santos. O time de Juiz de Fora mostrava brio, mas não conseguia chegar ao gol. Os chutes de longe, uma alternativa dos visitantes, não tinham pontaria. Aos 25, Douglas quase surpreendeu Fábio em cabeçada que passou muito perto.
Aos 32, o Cruzeiro sacudiu novamente a torcida. Araújo foi derrubado por Johnny, dentro da área. Pênalti, que Gabriel bateu bem, no ângulo direito, e marcou o quarto gol. A última alteração da Raposa foi Fellype Gabriel na vaga de Ricardinho. Com o jogo definido, o time celeste apenas esperava o apito final. O Tupi quase descontou com Sidnei, que limpou e chutou à esquerda de Fábio. O placar fez justiça ao maior poderio cruzeirense.
FICHA TÉCNICA | ||
CRUZEIRO | 4 x 0 | TUPI |
Escalação | ||
Fábio; Luizão, Gladstone e Thiago Heleno (Paulinho); Gabriel, Ricardinho (Fellype Gabriel), Maicosuel, Geovanni e Jonathan (Fábio Santos); Guilherme e Araújo | Marcelo Cruz; Zé Carlos, Jorge Luiz, Johnny e Jean; Gilson, Santos, Sidnei e Renato Santiago (Wesley); Allan (Bruno) e Leandro Guerreiro (Douglas) | |
Técnico | ||
Paulo Autuori | Zé Luiz | |
Gols | ||
Thiago Heleno, 8 min, 1º T Araújo, 24 min, 1º T Guilherme, 41 min, 1º T- Gabriel (pên), 32 min, 2º T | - | |
Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG) Público: 14.445 pagantes Renda: R$ 156.615 Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro Assistentes: José Carlos de Souza e Helbert Costa Andrade Motivo: Jogo de volta das semifinais do Campeonato Mineiro |
O Tupi tá de parabéns. Não fosse pelos problemas extra-campo, teria complicado o jogo. Porém, independente disto, prova que com investimento e trabalho sério pode se levar um time a frente, vide Ipatinga.
ResponderExcluirAbraços e vamos pra JF denovo... ô vida!
espero que nao tenha acontecido o que estou pensando ,um chamado corpo mole dos jogadores,referente ao bicho,porque se foi isso foram muito idiotas,sera que nao pensaram,se estivesse chegado a final nao seria maior o valor a combinar,mas deixando isso para tras,e triste ver a situaçao dos clubes do interior de mg,mas tambem acho que os meios de comunicaçao sao obrigados a mostrar o que rola na cidade.
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